domingo, 8 de julho de 2018

CRIVELLA sem fantasia!!!

O Apocalipse Carioca

 

As denúncias de que um espaço público da administração municipal do Rio de Janeiro foi usado para uma reunião de mobilização política revelam o quanto de profundo está a crise de nossa representatividade. A política carioca está ameaçada pela associação do clientelismo político com a configuração de um projeto político de hegemonia conservadora com viés de “fundamentalismo” religioso.

Está claro que a população colhe, aos poucos, os efeitos da atuação “antipolítica” nas eleições de 2016. O Segundo Turno não se fez debate político e as forças reacionárias (lembrem-se que o atual pré-candidato a Presidência do PSL apoiou Crivella no segundo turno) foram em “socorro” do atual gestor carioca. Nas urnas, as abstenções seguidas dos votos em branco e nulo sinalizaram para níveis altíssimos. A baixa participação na política do eleitor carioca permitiu que tivessem a Prefeitura agora sob ameaça de investigação do Ministério Público.

A emergência de uma nova elite empresarial se associou ao projeto político de uma vertente do pentecostalismo. O novo espírito do capitalismo do empreendedorismo carioca não dialoga com a tradição republicana do funcionalismo público da antiga capital do país. Os sinais dos finais do tempo da velha política que vieram nas manifestações de 2013 nas ruas cariocas sofreram a reação dos cavaleiros do clientelismo: conservadorismo de costumes; centralização política; assistencialismo e incentivos ao mercado imobiliário.

Enquanto a prática do sectarismo da esquerda carioca perambula pelo deserto da política da identidade como os hebreus por 40 anos, as forças conservadoras usam e abusam do discurso de necessidade de reinventar um Rio de Janeiro sob um perfil menos público e com mais mercado incorporando as lideranças políticas locais capazes de orientar eleitores evangélicos iludidos por serviços assistenciais.

Aqui na Zona Oeste carioca, local em que o messianismo na política é uma característica da hegemonia conservadora e autoritária, o Espaço dos Democratas da Esquerda da Zona Oeste (EDEZO) clama pelo bem público para as investigações sejam feitas de forma independente. Exigimos que os vereadores se reúnam em caráter de urgência para exercerem a função de contribuir na apuração dos fatos graves que a imprensa noticia. Convocamos a população carioca, que sofre com o descaso da saúde pública entre outros serviços, que se mobilizem pelo bem da democracia. Se em terra de cego, quem tem um olho é rei. Em terra de quem tem catarata, é só falar com a Márcia.

 
Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

Espaço dos Democratas da Esquerda da Zona Oeste (EDEZO)