quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

MANIFESTO


Carta Aberta ao Campo Democrático de Nosso Bairro
Por Vagner Gomes de Souza
Coordenador do Espaço dos Democratas da Esquerda da Zona Oeste (EDEZO)
 

A crise econômica brasileira está sendo solucionada com o aumento da desigualdade social entre os brasileiros. A implementação da reforma trabalhista está sendo feita num momento de refluxo do movimento sindical que ficou “acomodado” pela cooptação nos tempos do recentes. Além disso, o quadro de maciço desemprego enfraquece o poder de pressão dos trabalhadores.
Apesar das manifestações oficiais do Governo feitas pelo porta voz do mercado, Henrique Meireles, de que a crise está sendo ultrapassada. Os indicadores sociais informam o aumento de camadas populares na linha de pobreza em ascensão. A estabilidade do Ministro da Fazenda é para os mais ricos a medida que os mais pobres empobrecem mais.
Nesse particular, o bairro de Campo Grande no município do Rio de Janeiro é um fiel retrato do agravamento da pobreza. O trabalho informal atingiu patamares surpreendentes e ainda mais sob a pressão das famílias migradas para o bairro nos tempos do “milagre olímpico”. A crise de investimento do Governo Estadual se somou aos graduais cortes do empenho orçamentário do Governo Municipal, o que fez muitas pessoas ficarem sem cuidado público. Os segmentos populares foram entregues as alternativas do mercado em grande voracidade competitiva nas calçadas do comércio de ambulantes e por outros meios.
Cresceram as manifestações de intolerância religiosa, racial, de gênero e orientação sexual para aprofundar o processo de exploração das camadas populares. O velho mundo da aristocracia familiar do bairro entrou em declínio, mas as forças democráticas não se impuseram com organizações autônomas no bairro de Campo Grande. Ainda persiste uma forte fragmentação do Campo Democrático em nosso bairro.
As classes subalternas aqui são saudosas da centralização administrativa que lhe deu ganhos sociais  de cima para baixo. Em tempos de saudosismo e crise das finanças públicas, restou no imaginário do senso comum a defesa da centralização pela via autoritária. As forças liberais ficam omissas diante de sua preocupação em cuidar do cotidiano da microeconomia. Portanto, o campo democrático precisa ser a força aglutinadora do diálogo democrático no bairro.
Não é o momento apropriado para os projetos isolacionistas em nosso bairro. O sectarismo de algumas forças políticas só beneficia o campo autoritário da direita que manipula a mentalidade conservadora de segmentos importantes do neopetencostalismo. Devemos buscar pontos comuns para derrotar nosso inimigo comum nas próximas eleições. Essa é a tarefa urgente que atores políticos e sociais precisam pautar para o início de 2018. A democracia é o melhor caminho e o campo democrático em Campo Grande precisa expor isso através da luta pela retomada da empregabilidade formal. Não temos tempo a perder!!!