Um
Diálogo em favor da Democracia
Por
Vagner Gomes de Souza
A prisão precipitada do
líder nas pesquisas eleitorais para a Presidência não deve ser encarada como “espetáculo
circense” pela Esquerda Democrática. Esse é o momento de refletir para
colaborar para a organização de uma Frente. Não se trata de ficar na polêmica
estéril de ter ou não um Plano B. Essa é a fase de dialogar com as forças
políticas que se reaproximam no campo democrático com a esquerda brasileira
para defender a Constituição. A “fulanização” é um equívoco da política
brasileira que os grupos progressistas devem coibir com a formação de um
Programa Mínimo Comum.
A desigualdade social,
segundo o último relatório do IBGE, avança em nosso país. Não será com a
política liberal social que vamos atender aqueles menos favorecidos. Nossos
problemas sociais precisam ser debatidos no transcorrer do debate político. Não
devemos compactuar com a concentração de riquezas e com a especulação seja
financeira ou imobiliária. Famílias endividadas vivendo em residências alugadas
e imóveis fechados aguardando a valorização.
Esses são alguns dos
exemplos que devem ser apresentados para os brasileiros. A garantia do acesso a
moradia faz parte dos direitos e garantias de nossa Constituição. Não devemos
perder tempo com uma agenda que não levante a bandeira da luta pelos mais
pobres que vivem aprisionados numa miséria cada vez mais grave. Não faltam
pré-candidaturas no campo democrático e progressista, porém está faltando fazer
a política de aproximação em torno de uma Frente.
Essa Frente precisa ter
uma orientação clara na defesa da regulamentação dos ganhos democráticos e
sociais da Carta de 1988. Trazer para o debate a redução das desigualdades
regionais. O Norte e Nordeste ainda atravessam indicadores sociais de outro
país. Os ganhos da estabilidade econômica devem ser compartilhados por todos os
brasileiros. Portanto, a Frente é um amplo convite que deve tirar a Esquerda
brasileira do isolamento da polarização. Há setores do centro político
incomodados com esse clima político de radicalização e de posturas
conservadoras. Esses setores devem estar presentes nesse processo de diálogo.
O diálogo em favor da
Democracia vai construir uma longa caminhada para que novas lideranças se
apresentem para a disputa eleitoral também para os legislativos. Uma renovação
se faz necessária com esse debate dos problemas nacionais, que devem estar
acima de algumas diferenças secundárias. Uma eleição não é uma “roleta russa”
de pesquisas eleitorais, mas amadurecimento político das forças democráticas
com formulação de um programa. Não podemos estar fora do Segundo Turno
eleitoral por se deixar levar pela “fortuna” na política. Essa é a hora da virtu.