sábado, 11 de maio de 2019

#15M

 
Fazer Oposição não é Prestígio. É dever!!!

Coordenação da EDEZO

Nos dias que se correm no Brasil acima de tudo há uma inversão de valores sob a tutela da centralização das decisões políticas. Decretos voltam a ser uma rotina no noticiário político esvaziando a soberania popular representada pelo Congresso Nacional. As manifestações do corpo técnico do Senado Federal e da Câmara dos Deputados sobre o “Decreto das Armas” sugerem o quanto há movimentações nas placas tectônicas da sociedade brasileira que podem surpreender os mais céticos.
Não se faz uma oposição para se fechar no gueto sem dialogar com todas as vertentes da sociedade. Liberais e até grupos conservadores com um olhar pela democracia já perceberam o quanto não estamos caminhando bem nas escolhas das prioridades a serem debatidas para enfrentar a crise econômica. Lembremos que temos milhões de desempregados e quase 30 milhões de trabalhadores em situação precarizada sem saber o que seria a contribuição previdenciária e muito menos teriam condições de poupar para um regime de capitalização previdenciária que só alimentaria a riqueza dos bancos.
O linguajar das redes sociais abaixou o nível da dos pronunciamentos das chamadas autoridades nacionais. As vezes, mitológicos pensadores saem nas redes a comentar sobre outros com frases de baixo calão. Parecem que os personagens do filme “American Pie” entraram em cena na política brasileira. Por que a democracia chegou a esse ponto? A polarização foi imposta pela mídia para esvaziar o centro político e sua capacidade de moderar as ações da política. Nesse caminho a esquerda se perdeu num deserto de manifestações segmentadas sem ser a força mobilizadora das mudanças sociais com trabalhadores das periferias.


Urge que tenhamos noção que fazer oposição não é uma simples descarga emocional no campo das redes sociais dominadas pelos “robôs” da militância digital. Fazer a política democrática é organizar as manifestações que levantem temas em favor da unidade com todos que estão insatisfeitos com o desprezo pelo meio ambiente, pelo incentivo a cultura e aos artistas nacionais (patrimônio da pluralidade cultural), pela vida nos tiros que saem dos helicópteros, pelos deficientes e  idosos, pelo professor em sala de aula, pelo homem comum e etc.
Não devemos estar em silêncio em tempos de estagnação econômica enquanto os governantes se manifestam pelo achatamento do salário mínimo. As maldades não fazem parte da política já dizia Maquiavel. As decisões políticas são resultado de escolhas e de correlação das forças políticas. As forças políticas democráticas precisam e estão em gradual e necessário momento de renovação diante dos ataques a Educação com os cortes nas verbas anunciadas pelo Ministro da Educação sem que houvesse um diálogo com as forças políticas do Congresso Nacional e a sociedade.
A arma da democracia é uma ampla FRENTE com todos que entendem que a educação pública cumpre um serviço importante para a sociedade nas pesquisas e na produção do conhecimento. Querem silenciar as opiniões em benefício de quem? Os livros não são mais o território do amor, pois querem plantar a semente da dor. Fazer a UNIDADE é um DEVER de todos os jovens que decidiram estar em manifestação nos próximos dias. Em particular, no dia 15 de maio, toda a juventude comprometida com a Democracia deve estar se guiando pelo grande livro de nosso país – a “Constituição da República de 1988”. Vamos em FRENTE!

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Por quê estudar Karl Marx?


EDEZO - Estudar pela Democracia
 
Como evitar a morte da Democracia?
 
EDEZO
 
 
Esse é o maior desafio mundial da política contemporânea. Aquilo que se parecia sólido... Agora ameaça se desmanchar diante de nossa geração. A Democracia não está com seus dias contados, porém nada garante que ela estará presente entre nós nos próximos anos diante das manifestações do chamado "voto de fúria" em inúmeros países. O velho sistema político ganhou inúmeros questionamentos em diversos países e o segmento juvenil aderiu a essa "onda". Nada garante que é um processo contínuo, mas a desqualificação das instituições democráticas ganharam força desde que a crise financeira do capitalismo global emergiu em 2008.
Foram os sinais da economia global que permitiram esse mau estar em diversos países. A chamada "Primavera Árabe" se fechou com um "Inverno Islâmico". O "Outono Obama" parece uma distante "Era..." A tradição democrática não aparenta ser relevante para muitos eleitores já na postura negativista em relação ao VOTO. Um direito cada vez mais compreendido como uma "perda de tempo" seja pela ideia de estar num "jogo de cartas marcadas" ou pela discurso de que "todos se venderam" ao mundo corrompido.
A juventude está acorrentada com suas vísceras alimentando os abutres do sectarismo diante da gravidade da crise econômica mundial. A precarização do emprego para os jovens é uma realidade mundial e se agrava aqui em nosso país. Digamos que se trata de um meio para possibilitar o aumento exponencial da desigualdade social. Nesse momento as conquistas sociais sofrem ataques nas redes sociais até por parte de seus potenciais beneficiários. Portanto, a crise da Democracia está a serviço das classes dominantes mesmo que não tenhamos que conviver com posturas explicitamente autoritárias.
A situação exige do campo democrático uma atuação amadurecida diante das ameaças impostas pelo declínio de um modelo econômico que "sufocou" a questão ambiental, fecha as fronteiras para os emigrantes e refugiados, defende a violência como combate a violência, não permite a tolerância religiosa, oprime a revolução cultural feminina, desqualifica todas as formas de amar, etc. Não podemos conviver com o silêncio da juventude diante de tamanhos problemas que levam a humanidade para décadas decisivas para nossa existência.
Entretanto, os atores políticos não se abrem para que tenhamos a oportunidade de renovar os quadros partidários uma vez que temem a perda de espaço nas "máquinas eleitorais". Não se educa um jovem para a democracia se esse não faz exercício da sua escola. No Brasil, as agremiações juvenis precisam de serem repensadas para que os movimentos identitários na pluralidade se façam de uma forma mais próxima da "grande política". Eis um dos pontos relevantes da crise da esquerda que está a discursa para si própria sem avançar as "fronteiras" para o conjunto da sociedade e aliada ao "centro político".
Num bairro como Campo Grande, na cidade do Rio de Janeiro, estamos nadando contra as forças obscurantistas que não consideram relevante os valores democráticos. Os Direitos do Homem estão mitigados numa individualização dos moradores em suas convivências familiares e religiosas na expectativa de que a centralização da política lhes permitam não necessitar de dedicar tanto tempo na participação política. O objeto de desejo do morador local nesses tempos de forte informalidade econômica é a "terceirização" das decisões da política pela via "Whatsap" numa quase histeria coletiva. Em seguida, ninguém se compromete com as consequências das decisões.
Nosso papel é expor as contradições dessa política mundial em favor do aumento da concentração da renda. O caminho do estudo é a via pelo qual optamos abrir nossos encontros para convocar uma ampla rede democrática com os jovens que levantam a bandeira da resistência democrática. Por isso, escolhemos estudar algumas obras de Karl Marx que observava os perigos da identidade política sob a égide dos interesses da burguesia. O primeiro livro foi Sobre a Questão Judaica e aguardamos que outros círculos juvenis se espalhem pelo menos em nossa cidade para que a luta pela democracia não seja algo superficial.
A Esquerda Democrática da Zona Oeste (EDEZO) é um movimento pela democracia no segmento juvenil e reconhece no estudo a tarefa de articulação dos grupos identificados com as classes subalternas. Essa é nossa mensagem e contamos com sua ajuda. Divulgue esse texto e entre em contato conosco pelo e-mail vgsouza@bol.com.br



sexta-feira, 1 de março de 2019

CULTURA E POLÍTICA


Se ROMA fosse carioca

Por Vagner Gomes
A indicação do filme Roma, dirigido por Alfonso Cuarón, para concorrer em 10 modalidades do Oscar 2019 faz parte de uma trajetória de prêmios que se iniciou na conquista do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza de 2018. A quantidade de indicações chamou a atenção dos meios de comunicação para o filme. Entretanto, vivemos em tempos de raras análises políticas extraídas da produção cinematográfica (exceção para as resenhas críticas de Pablo Spinelli publicadas no BLOG VOTO POSITIVO).
Nosso olhar não tem como objetivo fazer um balanço sobre o filme, mas nos permitir em pensar o drama carioca pelas lentes do diretor mexicano. Roma é um drama social que se passa no início da década de 1970. A narrativa está em torno do trabalho doméstico de uma indígena numa casa de classe média. Ao longo do filme perceberemos que ela veio do mundo agrário como muitas das domésticas cariocas na longínqua década de 70.  Sua sensibilidade faz lembrar a estética cinematográfica italiana da chamada escola “realista” e lhe conferiu três premiações na Academia (Fotografia – Filme Estrangeiro – Direção).
Nesse filme produzido em branco e preto a imagem inicial da espuma de uma faxina me fez associar aos primeiros minutos silenciosos de Era Uma Vez no Oeste de Sérgio Leone. Mas, lembrei-me de minha infância em tempos de chaguismo com um paralelo ao domínio político do Partido Revolucionário Institucional (PRI) no México. As cenas da campanha eleitoral nas periferias. Os personagens da periferia e minha lembrança sobre a minha avó de raízes indígenas e negras que era lavadeira de roupa.
 A casa de classe média seria uma “ilha” daquele tempo. O tema da saúde pública que é relevante nos dias atuais e que permitiu a instalação de uma ampla conexão de lavagem de dinheiro na política carioca através da OSs. De Chagas Freitas até Witzel. O cenário político carioca se enfraqueceu pelo divórcio da classe média com as classes subalternas. No México, a realidade foi do PRI até Obrador. Entretanto, o atual presidente mexicano não se assemelha ao professor de História consagrado no filme Tropa de Elite 2.
Se Roma fosse carioca, as manifestações de 2013 teriam alimentado um ativismo cultural mais universalista que as frentes segmentadas do sectarismo da esquerda local. O detalhe é que a proximidade da atuação das organizações criminosas articuladas com a política presente no filme mexicano é uma realidade muito mais presente entre os cariocas. Muitos preferem a tranquilidade de sua vida particular ao compromisso desgastante de fazer uma política séria. Por isso, a renovação de quadros políticos no campo democrático é precária nesses dias. A juventude que entra na política carioca não compreende a metáfora das ondas para aqueles que não saibam nadar. Navegar é preciso e viver não é preciso. Nesse verso se explica que há um centro político carioca a ser empurrado adiante.
 

 

domingo, 8 de julho de 2018

CRIVELLA sem fantasia!!!

O Apocalipse Carioca

 

As denúncias de que um espaço público da administração municipal do Rio de Janeiro foi usado para uma reunião de mobilização política revelam o quanto de profundo está a crise de nossa representatividade. A política carioca está ameaçada pela associação do clientelismo político com a configuração de um projeto político de hegemonia conservadora com viés de “fundamentalismo” religioso.

Está claro que a população colhe, aos poucos, os efeitos da atuação “antipolítica” nas eleições de 2016. O Segundo Turno não se fez debate político e as forças reacionárias (lembrem-se que o atual pré-candidato a Presidência do PSL apoiou Crivella no segundo turno) foram em “socorro” do atual gestor carioca. Nas urnas, as abstenções seguidas dos votos em branco e nulo sinalizaram para níveis altíssimos. A baixa participação na política do eleitor carioca permitiu que tivessem a Prefeitura agora sob ameaça de investigação do Ministério Público.

A emergência de uma nova elite empresarial se associou ao projeto político de uma vertente do pentecostalismo. O novo espírito do capitalismo do empreendedorismo carioca não dialoga com a tradição republicana do funcionalismo público da antiga capital do país. Os sinais dos finais do tempo da velha política que vieram nas manifestações de 2013 nas ruas cariocas sofreram a reação dos cavaleiros do clientelismo: conservadorismo de costumes; centralização política; assistencialismo e incentivos ao mercado imobiliário.

Enquanto a prática do sectarismo da esquerda carioca perambula pelo deserto da política da identidade como os hebreus por 40 anos, as forças conservadoras usam e abusam do discurso de necessidade de reinventar um Rio de Janeiro sob um perfil menos público e com mais mercado incorporando as lideranças políticas locais capazes de orientar eleitores evangélicos iludidos por serviços assistenciais.

Aqui na Zona Oeste carioca, local em que o messianismo na política é uma característica da hegemonia conservadora e autoritária, o Espaço dos Democratas da Esquerda da Zona Oeste (EDEZO) clama pelo bem público para as investigações sejam feitas de forma independente. Exigimos que os vereadores se reúnam em caráter de urgência para exercerem a função de contribuir na apuração dos fatos graves que a imprensa noticia. Convocamos a população carioca, que sofre com o descaso da saúde pública entre outros serviços, que se mobilizem pelo bem da democracia. Se em terra de cego, quem tem um olho é rei. Em terra de quem tem catarata, é só falar com a Márcia.

 
Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

Espaço dos Democratas da Esquerda da Zona Oeste (EDEZO)