domingo, 7 de janeiro de 2018

JUVENTUDE


Carta Aberta aos Jovens de Nosso Bairro
Por: Vagner Gomes de Souza
 
Fazemos um convite para a leitura sobre nossos problemas através dos anseios que emergiram em junho de 2013. O desejo por uma participação política mais democrática para empreender reformas graduais em nosso bairro. Não devemos ceder aos atalhos da centralização ou ao salvacionismo personalizado. Um mal de nascença de nosso país que é “vírus circulante” na cultura política de Campo Grande por diversas gerações.

 Na atualidade nascemos, crescemos e vivemos num bairro de muitas dificuldades. Muitos de nossos amigos se conformaram com essa situação, pois nos ensinaram que esse talvez fosse o melhor caminho: acomodação para sobrevivência. Ou seria uma transferência da responsabilidade da transformação para terceiros como legado de vivermos “LIVRES” com cabeças sob o marco conservador. Grande massa da juventude daqui nem se reconhece no estudo ou nem consegue se incorporar no trabalho qualificado para gerar mais renda.

O objetivo das forças conservadoras é reverter a tendência da queda dos lucros com um crescimento limitado. Limita-se o crescimento econômico para aumentar os lucros dos mais ricos. Nossa juventude fica à margem da economia como uma reserva de trabalho precarizado. O empreendedorismo é uma ideologia conservadora a enfraquecer o processo de organização dos jovens. O subemprego sem carteira assinada impactará no futuro dessa juventude em tempos de ter acesso a seguridade social além de uma saúde pública universal.

Tempos de fúria, pois o ciclo recessivo, que ainda não passou, se fez pela  polarização ideológica. Uma sectarização à esquerda que não consegue isolar uma direita cada vez mais agressiva. Uma direita agressiva em levantar temas dos costumes para desviar o principal eixo do debate político: um terço da juventude no bairro está desempregada e sem perspectivas. E fica a pergunta: vamos responder dando força aos representantes dos mais afortunados?

Nossos jovens devem corrigir os descaminhos do período posterior as manifestações de junho de 2013 quando a radicalização ou infiltração dela simplesmente bloqueou a renovação de nossa cultura política. Novos coletivos emergiram aqui e em nossos arredores. Há exemplos de construção democrática em muitas iniciativas – particularmente na cultura. A juventude que emerge com o P.P.P. (canta “Pararinha” de Anitta / dá gargalhadas com Paulo Gustavo / se encantou com Pablo Vitar) tem as próximas eleições para recolocar a defesa da democracia como seu eixo na lembrança das comemorações dos 30 anos da Constituição do Brasil.