Carta Aberta aos Jovens de Nosso
Bairro
Por: Vagner Gomes de Souza
Fazemos um convite para a leitura sobre nossos problemas
através dos anseios que emergiram em junho de 2013. O desejo por uma
participação política mais democrática para empreender reformas graduais em
nosso bairro. Não devemos ceder aos atalhos da centralização ou ao
salvacionismo personalizado. Um mal de nascença de nosso país que é “vírus
circulante” na cultura política de Campo Grande por diversas gerações.
Na atualidade
nascemos, crescemos e vivemos num bairro de muitas dificuldades. Muitos de
nossos amigos se conformaram com essa situação, pois nos ensinaram que esse
talvez fosse o melhor caminho: acomodação para sobrevivência. Ou seria uma
transferência da responsabilidade da transformação para terceiros como legado
de vivermos “LIVRES” com cabeças sob o marco conservador. Grande massa da
juventude daqui nem se reconhece no estudo ou nem consegue se incorporar no
trabalho qualificado para gerar mais renda.
O objetivo das forças conservadoras é reverter a tendência da
queda dos lucros com um crescimento limitado. Limita-se o crescimento econômico
para aumentar os lucros dos mais ricos. Nossa juventude fica à margem da economia
como uma reserva de trabalho precarizado. O empreendedorismo é uma ideologia
conservadora a enfraquecer o processo de organização dos jovens. O subemprego
sem carteira assinada impactará no futuro dessa juventude em tempos de ter
acesso a seguridade social além de uma saúde pública universal.
Tempos de fúria, pois o ciclo recessivo, que ainda não
passou, se fez pela polarização
ideológica. Uma sectarização à esquerda que não consegue isolar uma direita
cada vez mais agressiva. Uma direita agressiva em levantar temas dos costumes
para desviar o principal eixo do debate político: um terço da juventude no
bairro está desempregada e sem perspectivas. E fica a pergunta: vamos responder
dando força aos representantes dos mais afortunados?
Nossos jovens devem corrigir os descaminhos do período
posterior as manifestações de junho de 2013 quando a radicalização ou
infiltração dela simplesmente bloqueou a renovação de nossa cultura política.
Novos coletivos emergiram aqui e em nossos arredores. Há exemplos de construção
democrática em muitas iniciativas – particularmente na cultura. A juventude que
emerge com o P.P.P. (canta “Pararinha” de Anitta / dá gargalhadas com Paulo
Gustavo / se encantou com Pablo Vitar) tem as próximas eleições para recolocar
a defesa da democracia como seu eixo na lembrança das comemorações dos 30 anos
da Constituição do Brasil.